067. Vigilâncio

Vigilâncio se opôs ao ascetismo monástico e às superstições associadas a ele. Jerônimo atacou Vigilâncio, chegando a chamá-lo de monstro; por “acreditar que os túmulos dos mártires e santos não deveriam ser venerados, opor-se à virgindade e ser contra o jejum pelos santos.”

Veneração das Relíquias

Vigilâncio se opôs à reverência paga às relíquias dos mártires, particularmente à prática de carregá-las em recipientes caros, envolvê-las em seda e beijá-las. Ele via isso como uma adoração supersticiosa de “poeira e cinzas” em vez de uma devoção genuína.

Vigílias Noturnas

Ele condenou as vigílias noturnas nas basílicas dos mártires, argumentando que se assemelhavam a cerimônias pagãs e eram acompanhadas por escândalos, queima excessiva de velas e falsas alegações de milagres.

Celibato e Continência

Vigilâncio rejeitou a ênfase na virgindade e no celibato como ideais, considerando-os heréticos. Ele se opôs à exigência de que o clero fosse solteiro ou celibatário, argumentando que clérigos casados com famílias eram mais apropriados.

Vida Monástica

Ele questionou o valor do monasticismo e do afastamento da sociedade, perguntando quem ensinaria os fiéis e converteria os pecadores se todos se retirassem para o deserto.

Ofertas para Jerusalém

Vigilâncio argumentou que as doações de caridade deveriam permanecer nas dioceses locais para apoiar os pobres lá, em vez de serem enviadas para Jerusalém e locais sagrados.

Oração pelos Mortos

Ele negou que os falecidos pudessem interceder pelos vivos ou ouvir orações, citando um texto apócrifo atribuído a Esdras para apoiar essa posição.

Conclusões

Os ataques de Jerônimo nos mostram que no século V ainda havia uma expressiva parcela da Igreja que considerava as práticas emergentes da nascente instituição católica como abomináveis.